terça-feira, 8 de junho de 2010

Oásis ondulados

nas calemas que na madrugada arrebentaram
ao custo das águas ansiosas do oceano
construí um oásis mundano
onde amparo vidas que se derrubaram

entre as ondas arrebentadas no asfalto
oiço o inacreditável chilrear dos pássaros
e o bramir dos sumptuosos carros
que ainda escondem prazeres ao alto

nos verdes das acácias que vedes
arrebentaram estradas seculares
por entre oceanos e impiedosos mares
nos quais vejo desfeitos sonhos celestes

no deserto sem camelo nem Meca
perdem-se as redes de esperança
lançadas às ondas segundo a crença
dos pescadores ávidos da caneca

as águas que outrora refrescavam
hoje levam-me a mim ao fundo do mar
para nas ostras amar
essas ondas que arrebentavam…

Escrito em 10 de Abril de 2010 em Benguela
REI MANDONGUE I
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