terça-feira, 8 de junho de 2010

Almas eternizadas

Nossos corpos fustigados de loucura
Se atraíam inevitavelmente nas areias
Da baía azul, onde das místicas sereias,
Apaixonados, nós sentíamos a doçura


As longas noites vividas de felicidade
Celebravam ao mar sereno tal romance
O céu estrelado lá era somente você
E eu via nossas almas atingido a eternidade


O conforto do meu interior
Era tão evidente que o desespero
De sair de lá me induzia ao mosteiro
Pois da água cristalina tu eras superior


Tantas e maravilhosas lembranças
Gravadas nas tenebrosas montanhas
Que em suas pedras sólidas e castanhas
Se retratavam nossas utópicas transas


Os envelhecidos sonhos aconteciam
Naquela longínqua e baía imaculada
Onde de pejo os outros adormeciam
Na tenda azul brilhando na alvorada


As peripécias de quando o fogo
Se apagava e as carícias do gostoso
Amor que, à nós tanto embriagava
E o desejo de suicídio ali não assolava


Quando o seu não era perigoso
O sim! Então salvava a emoção
Que apressadamente ia do coração
Para deleitar teu seio fogoso…


O mundo esquecido de verdade
O alimento aquecido aos beijos
Que o intruso confundia com desejos
Virou enternecido o amor da saudade


Ombako-poeta José Honório

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