Antes de mais do que menos Sou lágrimas presas à alma Que de tanto secas à cama Evadem às pressas hinos
Antes de mais do que menos Sou por ora detido por mentes Que ao longo de luzes agrestes Já pouco me davam aos acenos
Há mágoa nesse serpenteado rio E por isso se erguem transbordos Onde eu afogo noites sem bordos E assim se emudecem gritos a fio…
Antes de mais do que menos Sou postulante à aspiração poética Azarada à saída da antiga ética Que destemida chamusca dedos
Caí por haver tentado creditar Versos em papéis voadores E para além levar sorrisos tristes A partir desse difícil fitar
Instantes em mim irrompem Silêncios que vozeiam cantos Mas antes de mais os abolem Ante ao desespero de haver prantos
Antes de mais do que menos Até de arlequim venho confundido Visto meu refrão cantar ardido Antes de mais do que menos...
Poema escrito no dia 9 de 9 de 9, em Luanda |
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