Luanda, 7 Out – Passados quatro anos desde que aos 84 minutos do jogo de 8 de Outubro de 2005, em Kigali, apontou o golo que qualificou Angola ao Mundial de futebol (Alemanha2006), o ex-capitão dos Palancas Negras Fabrice Maieco "Akwá" ainda recorda a data com emoção e sentimento de dever cumprido.
Em entrevista à Angop, o signatário do único tento rubricado de cabeça e do qual a selecção nacional venceu, por 1-0, o Rwanda, reconhece que o feito constitui motivo de orgulho, pois concretizou a classificação inédita do país para a fase final da Copa de futebol na Alemanha.
Akwá manifesta-se regozijado e reconfortado por ter cumprido, o que considera "dever": "Tal como um soldado que atinge a meta, fiz a minha parte". Para si, o apuramento era um dos objectivos de Angola.
Encorajou os jogadores da selecção para se empenharem com atitude e ousadia no cumprimento da sua missão desportiva e honrarem as cores da bandeira nacional, sobretudo nos momentos decisivos, como aqueles que se viveram a 8 de Outubro em Kigali.
O antigo camisola 10 dos Palancas Negras lembrou que as dificuldades de jogar em casa do adversário exigiram dos angolanos calma e controlo emocional para que se triunfasse frente ao Rwanda e se deitasse por terra as aspirações da Nigéria.
Realçou que a participação na fase final do Campeonato Mundial na Alemanha fez com que o futebol angolano mudasse positivamente, dado que os jogadores passaram a ser muito mais conhecidos, valorizados e solicitados por conceituados clubes europeus.
O ex-futebolista, também alcunhado "menino de ouro de Benguela" nas lides do desporto-rei, salientou que depois do Alemanha2006, o país aumentou a confiança em relação a sua presença noutras provas do género, embora a selecção tenha fracassado o acesso para África do Sul em 2010.
Desejando que a histórica vitória em Kigali inspire futuras gerações de futebolistas, o ex-capitão ainda acredita que a presença angolana naquela competição foi um dos factores que levaram a que o país ganhasse a organização do CAN2010.
O ex-goleador-mor dos Palancas Negras afirmou que enquanto avançado dos Palancas desempenhou as suas tarefas com à-vontade, considerando haver evolução na modalidade somada ao facto de granjear maior respeito e admiração junto das demais seleçcões africanas.
"Dados os novos ventos no futebol nacional, hoje temos mais futebolistas a competir no Velho Continente (Europa), como o Manucho Gonçalves, ao serviço do Valladollid, da primeira divisão espanhola, e o Santana Carlos, do Vitória de Guimarães, de Portugal", acentuou.
Ao serviço da selecção, Akwá marcou mais de 30 golos em 14 anos de carreira, iniciada em 1993, pelo Nacional de Benguela, passando pelo SL Benfica (1994/95), Alverca (1996/97) e Académica de Coimbra (1998). Ainda em 1998, rumou à Ásia (Qatar), onde alinhou pelo Al Wakrah (1998/99), sagrando-se melhor marcador da liga local, Al Gharafa (1999/2001) e Qatar SC (2001/2005).
Em finais de 2005, voltou ao Al Wakrah até 2006. Encerrou a trajectória futebolística no Petro de Luanda, em 2007. Agora é deputado pela bancada do MPLA.
*Com ANGOP