sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Golo histórico em Kigali ainda causa emoção a Akwá


Luanda, 7 Out – Passados quatro anos desde que aos 84 minutos do jogo de 8 de Outubro de 2005, em Kigali, apontou o golo que qualificou Angola ao Mundial de futebol (Alemanha2006), o ex-capitão dos Palancas Negras Fabrice Maieco "Akwá" ainda recorda a data com emoção e sentimento de dever cumprido.

Em entrevista à Angop, o signatário do único tento rubricado de cabeça e do qual a selecção nacional venceu, por 1-0, o Rwanda, reconhece que o feito constitui motivo de orgulho, pois concretizou a classificação inédita do país para a fase final da Copa de futebol na Alemanha.

Akwá manifesta-se regozijado e reconfortado por ter cumprido, o que considera "dever": "Tal como um soldado que atinge a meta, fiz a minha parte". Para si, o apuramento era um dos objectivos de Angola.

Encorajou os jogadores da selecção para se empenharem com atitude e ousadia no cumprimento da sua missão desportiva e honrarem as cores da bandeira nacional, sobretudo nos momentos decisivos, como aqueles que se viveram a 8 de Outubro em Kigali.

O antigo camisola 10 dos Palancas Negras lembrou que as dificuldades de jogar em casa do adversário exigiram dos angolanos calma e controlo emocional para que se triunfasse frente ao Rwanda e se deitasse por terra as aspirações da Nigéria.

Realçou que a participação na fase final do Campeonato Mundial na Alemanha fez com que o futebol angolano mudasse positivamente, dado que os jogadores passaram a ser muito mais conhecidos, valorizados e solicitados por conceituados clubes europeus.

O ex-futebolista, também alcunhado "menino de ouro de Benguela" nas lides do desporto-rei, salientou que depois do Alemanha2006, o país aumentou a confiança em relação a sua presença noutras provas do género, embora a selecção tenha fracassado o acesso para África do Sul em 2010.

Desejando que a histórica vitória em Kigali inspire futuras gerações de futebolistas, o ex-capitão ainda acredita que a presença angolana naquela competição foi um dos factores que levaram a que o país ganhasse a organização do CAN2010.

O ex-goleador-mor dos Palancas Negras afirmou que enquanto avançado dos Palancas desempenhou as suas tarefas com à-vontade, considerando haver evolução na modalidade somada ao facto de granjear maior respeito e admiração junto das demais seleçcões africanas.

"Dados os novos ventos no futebol nacional, hoje temos mais futebolistas a competir no Velho Continente (Europa), como o Manucho Gonçalves, ao serviço do Valladollid, da primeira divisão espanhola, e o Santana Carlos, do Vitória de Guimarães, de Portugal", acentuou.

Ao serviço da selecção, Akwá marcou mais de 30 golos em 14 anos de carreira, iniciada em 1993, pelo Nacional de Benguela, passando pelo SL Benfica (1994/95), Alverca (1996/97) e Académica de Coimbra (1998). Ainda em 1998, rumou à Ásia (Qatar), onde alinhou pelo Al Wakrah (1998/99), sagrando-se melhor marcador da liga local, Al Gharafa (1999/2001) e Qatar SC (2001/2005).

Em finais de 2005, voltou ao Al Wakrah até 2006. Encerrou a trajectória futebolística no Petro de Luanda, em 2007. Agora é deputado pela bancada do MPLA.

*Com ANGOP


Membros das Redes de Protecção da Criança capacitados em políticas sociais

Precisa-se de melhor protecção da criança angolana 

Benguela, 07 Out – Pelo menos 47 membros das Redes de Protecção e Promoção dos Direitos da Criança, entre representantes de instituições estatais e não-governamentais da província de Benguela, participam desde esta quinta-feira, num workshop de capacitação para revitalização da implementação das políticas vocacionadas ao bem-estar dos menores.

Promovido pela Direcção dos Serviços Provincial de Benguela do Instituto Nacional da Criança (INAC) e parceiros, o encontro, do qual ainda participam representantes da província do Zaire, visa refrescar os conhecimentos dos distintos sectores das redes para se corrigir as debilidades na execução das acções de protecção, mobilização e sensibilização social a favor da criança.

Os participantes no evento, que se realiza até sexta-feira, abordam temas sobre “Posicionamento institucional, missão e visão do INAC no actual contexto”, “Relatório sobre a situação da criança na província de Benguela”, “A garantia dos direitos da criança na legislação angolana”, “A Carta Africana e a Convenção sobre os Direitos da Criança” e “As políticas públicas e os 11 Compromissos na realização dos direitos da criança”.

Segundo o director provincial de Benguela dos Serviços do INAC, Ricardo Lourinho, o workshop tem a particularidade de contar com a presença das redes de protecção dos municípios do interior da província de Benguela, constituídas há dois anos.

Classificou como importante a intervenção dos representantes do Zaire no certame, já que a província faz fronteira com a Republica Democrática do Congo e, nela, aspectos culturais têm vindo a levar a que algumas crianças sejam acusadas de feiticeiras, embora esta situação esteja a diminuir nos últimos tempos devido ao trabalho das redes.

Informou que apesar de a província de Benguela estar sem registo de casos semelhantes, já há alguma tendência para tal, razão por que se torna necessário que todos os parceiros das redes de protecção à criança sejam capacitados sobre as tarefas essenciais que devem desenvolver.

De acordo com Ricardo Lourinho, além disso, a sessão também vai dedicar especial atenção à implementação dos 11 Compromissos assumidos pelo governo para o desenvolvimento integral da criança e analisar os constrangimentos que porventura existam.

Avançou que uma das finalidades que estimularam a realização da actividade tem a ver com a renovação de mandatos das redes para os próximos anos face ao princípio de rotatividade de quadros, de modo a dar uma nova dinâmica ao seu funcionamento.

Explicitou que a rede é um órgão de articulação e mediação, no qual todos os actores sociais devem falar a mesma linguagem de maneira que giram os esforços e recursos para a uniformização das acções em prol da criança.

Também revelou a existência, no seio das redes, de dificuldades operacionais e financeiras que condicionam a sustentabilidade para aquelas funcionarem, isto porque para se deslocar aos municípios, às comunas e às aldeias são necessários recursos e meios.

“Apesar disso, tudo tem sido feito para que em cada município se encontrem mecanismos através da utilização de recursos e meios locais no sentido de se efectivar o desiderato das redes de protecção e promoção dos direitos da criança”, finalizou.