quinta-feira, 10 de junho de 2010

Pescador baiano defende combate aos arrastões na costa benguelense



Um pescador do município da Baía Farta, 25 quilómetros a Sudoeste da cidade de Benguela, alertou as autoridades locais sobre a importância do combate cerrado aos arrastões efectuados na localidade, por embarcações estrangeiras de grande porte, devido ao perigo que representam no enfraquecimento da actividade piscatória dos autóctones.

Trata-se de Tomás Abel, de 55 anos de idade, 40 dos quais dedicados à actividade piscatória, que se manifesta ao Ombaka das Letras extremamente preocupado, porque actualmente tem sido difícil se pescar grandes quantidades, por causa dos arrastões na fronteira marítima daquele importante centro piscatório perpetrado por cidadãos de diversas nacionalidades, o que tem prejudicado as previsões dos pescadores e a sua situação socioeconómica, de si já precária.

Para o interlocutor, na era colonial a zona marítima da Baía Farta era muito rica em peixe, pois proporcionava quantidades significativas de pescado a quem por ela diariamente navegava, mas, frisou, como resultado dos arrastões, os peixes, como o Liro, Camussile, a Corvina e a Bolota tornaram-se bastante raras.

“Temos estado, periodicamente, a ver um sem número de arrastões tanto de dia como de noite das mais diversas nacionalidades que até ás vezes arrastam as malhas dos pescadores da Baía Farta”, frisou, acrescentando que a situação deve ser combatida, para que a localidade possam ter uma actividade piscatória favorável para melhorar a qualidade de vida dos munícipes.

Disse que o mar está sendo cada vez mais pobre, dado o desaparecimento de algumas espécies marinhas, porque os arrastões tendem a aumentar cada vez mais, daí o facto de ter chamado a atenção das autoridades para que contivessem esses actos que os considerou ilícitos e prejudiciais à economia nacional.

Salientou que no tempo colonial,  um barco que pescasse quer no Lobito, quer na Baía Farta, podia alcançar até 40 ou 50 toneladas de pescado durante apenas uma empreitada.

Por outro lado, notou que as novas embarcações que o Governo tem estado a entregar às cooperativas, no âmbito do Programa de Modernização da Frota Pesqueira do País, tem sido uma mais valia social.

Nesta senda, o antigo marinho ressaltou que seria mais proveitoso se estes barcos viessem equipados com guinchos para que se adaptassem a realidade dos próprios para poderem efectivamente aumentarem as capturas.

Encoraja o Governo a investir mais e a desenvolver a indústria pesqueira da Baia Farta, por ser um grande centro pesqueiro do país que precisa de ser reerguido para dar um contributo que sirva para o crescimento da economia nacional em prol do desenvolvimento sustentável.

Actualmente, a pesca continua a ser a principal actividade económica da população da Baia Farta, quer na sede do município, quer ao longo da faixa marítima a sul. Todavia, o município, cujo nome se deve a abundância de peixe na sua costa, tem 37 unidades pesqueiras, muitas das quais estão já a investir na congelação.

Igualmente a região é referência a nível da indústria de sal, com cinco salineiras e uma unidade de refinação e iodizaçao. Baia Farta é o maior produtor de sal de qualidade a nível nacional, com uma produção anual que ronda as 20 mil toneladas.
Baía Farta, um dos nove municípios da província de Benguela, no litoral oeste de Angola, tem 6 744 km² e uma população estimada em 125 mil. Limita a Norte com o município de Benguela, a Este com os municípios de Caimbambo e Chongoroi, a Sul com os municípios de Camacuio e Namibe e a Oeste com o Oceano Atlântico.

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