quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Apelada à disseminação de mensagens para combate à violência

Apelada à difusão de valores morais contra violência

Benguela, 12 Out – O director provincial de Benguela da Comunicação Social, Alexandre Lucas, alertou nesta segunda-feira, nesta cidade, para a importância de os médias disseminarem mensagens que promovam a tolerância, o perdão e o respeito pelos valores morais da sociedade, de maneira a reverter a tendência desenfreada à violência.

Intervindo no encerramento de um seminário sobre tema “Violência na sociedade e a Comunicação Social”, que visou à capacitação para um melhor tratamento jornalístico sobre a problemática da violência, o responsável apelou à divulgação permanente da parte dos médias dos bons exemplos de coesão, unidade e fraternidade no seio das famílias.

Asseverou ser imprescindível “entender bem e agir sobre os vectores que estabelecem a acção e o papel a desenvolver pela Comunicação Social, assim como a promoção de um quadro jurídico-legal mais rigoroso e abrangente que desincentive e coíba tais práticas”.

Considerando a violência uma temática que à escala crescente enferma e preocupa a sociedade angolana, daí que se deva divulgar uma mensagem que exalte os valores em oposição ao caos e estimule a boa conduta em contra-face ao descaso e à falta de auto-estima.

De acordo com ele, tais elementos, em última análise, estarão na base da frustração, medo, angústia, stress e estes, por sua vez, verdadeiros catalisadores da violência nas suas mais diversas formas.

Constatou que diariamente anúncios públicos veiculados pela imprensa revelam a dimensão do drama: depoimentos sofridos descrevem ambientes insanos, realidades perversas, por isso é imperioso redefinir-se o ambiente jurídico, aprofundar a visão social e no que toca aos jornalistas debater, compreender e difundir.

Acrescentou que o problema precisa de ser abordado, começando por saber o porquê das coisas, para que, com frieza e realismo, se promova um entendimento transversal que ajude a restaurar o valor, a importância e a dignidade das famílias.

Sublinhou que o mundo moderno e as suas diversas nuances, particularmente os desafios inerentes à globalização, aos anseios ligados à realização material dos indivíduos, a pressão exercida pelas necessidades de promoção e a ascensão social, o stress e o medo da falência pessoal e das organizações e ainda a ausência de valores tornaram as relações humanas num ponto muito sensível e de contornos perigosos.

“Há famílias que perderam o hábito do diálogo e pais que se ausentaram do convívio familiar, priorizando os desafios ligados à realização material, valores que deixaram de ser partilhados”, avançou o director, frisando que a célula base da sociedade afigura-se nos dias que correm frágil, vulnerável e corruptível, sendo a principal vítima as próprias famílias e os seus elementares anseios de felicidade e bem-estar dos membros.

Para si, a ausência dos pais e o diálogo eventual no seio das famílias fragiliza os laços entre os seus membros, abrindo alas para influências menos positivas, como são as que nos chegam da rua, do ambiente escolar e da má interpretação de determinadas mensagens produzidas pelos médias.


“A nossa colega da Família e Promoção da Mulher foi feliz quando disse «Na briga de marido e mulher vamos mesmo meter a colher no meio» ”, referiu, aconselhando a utilização deste refrão em campanha de educação cívica, pois o padrão do entendimento cultural em face ao problema relativo à violência doméstica reflecte uma prática de equidistância e aliamento, favorecendo à impunidade em desfavor das vítimas um pouco por todo o país.

O seminário analisou temas ligados sobre “O papel da Comunicação Social no combate à violência na sociedade”, “ A dimensão ético-deontológica da Comunicação Social”, “Violência na sociedade e o seu impacto na família e no desenvolvimento das crianças e jovens” e “Violência doméstica na legislação angolana e perspectivas de punição”.

Foram prelectores do encontro jornalistas e professores universitários idos de Luanda, como Patrício Cambuandy, Albino Carlos, Amilcar Xavier, Isidro Sanhanga, assim como a directora provincial da Família e Promoção da Mulher, Idalina Carlos, o chefe dos Serviços Provinciais do Instituto Nacional de Protecção da Criança (INAC), Ricardo Lourinho, e o chefe do Departamento de Crimes contra as Pessoas da Direcção Provincial de Benguela de Investigação Criminal (DPIC), o inspector-chefe Nelson Costa.


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