terça-feira, 21 de setembro de 2010

UEA anuncia promoção do Prémio Literário “Quem me dera ser onda” em Benguela

Benguela, 21/09  – O secretário-geral da União dos Escritores Angolanos (UEA), Carmo Neto, anunciou na semana finda, nesta cidade, a promoção, a breve trecho, do concurso literário infanto-juvenil “Quem me dera ser onda” na província de Benguela, para permitir que os jovens dos 11 aos 17 anos participem do concurso.
Intervindo no lançamento do livro “A Última Ouvinte”, da autoria do escritor Gociante Patissa, Carmo Neto prometeu trazer o prémio de cariz anual a Benguela, embora a intenção seja de o desenvolver em todas as províncias caso as condições permitirem.
De acordo com o também escritor, o prémio é destinado a crianças e adolescentes de escolas públicas e privadas do ensino de base e médio a fim de provocar neles o hábito à leitura e à escrita, estimulando-os assim à criativa literária no domínio da prosa de ficção, devendo concorrer ao abrigo dos critérios estabelecidos.
Segundo o responsável, está-se a tentar dar uma maior dimensão ao concurso de escrita infantil “Quem me dera ser onda”, pois a instituição tem recebido fascículos de jovens que escrevem artisticamente bem do ponto de vista literário, por isso é importante corresponder-se a essa motivação.
“Há dias acabei de ler um manuscrito de uma jovem de apenas 14 anos com cerca de cem páginas e muito bem escrito. Casos como estes acredito que existem em muitas partes do país”, revelou o secretário-geral da União dos Escritores Angolanos.
Explicou que a UEA vai cooperar no domínio da criação de outros prémios, a par dos que já existem, como o Prémio Literário António Jacinto, a fonte acrescentou que a União dos Escritores Angolanos tem institucionalizado o primeiro livro que vem ao encontro dos anseios dos escritores mais novos.
Aclarou que a UEA não vai por si mesma responder ou resolver os problemas da juventude em matéria de literatura, até porque há o Ministério da Educação e a família onde os pais têm um papel fundamental de influenciar os filhos ao gosto pela leitura, a ler os jornais e a comprar os livros.
“Há escolas primárias que são inauguradas sem bibliotecas”, notou, para quem o papel da educação literária não é só da UEA, isto porque ela é uma associação que complementa esta obrigação fundamental estadual.
Assinalou que enquanto associação, a UEA deve dar oportunidade àqueles que já tenham dado mostras de produzirem linguagem criativa e a preocupação não deve ser apenas a de dar expressão à liberdade de publicar mas de trabalhar mais na crítica literária.
“Nem tudo é publicável, razão pela qual os jornalistas devem ter o cuidado de não confundir um escritor com quem escreve um manual de matemática ou de fórmulas aplicativas de química”, rematou o escritor Carmo Neto. 
O prémio, que beneficiará por cada edição de 20 mil dólares norte-americanos do Banco Sol, ao abrigo de um acordo de cooperação no domínio literário para esse efeito assinado a princípio deste mês com a União dos Escritores Angolanos, visa despertar o hábito pela leitura e a escrita nas crianças angolanas.


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